se houvesse pedido que ela fizesse em início de ano,
se ela se deleitasse a invocar os deuses para pedir benesses,
pediria decerto que o ano fosse da cor do mar
e da cor da chuva,
e, se fosse possível,
(e o que não é possível às divindades, perguntaria antes de atrever-se)
ela pediria que o ano fosse da cor dos campos de espiga, por Agosto
e entremeando, ali e aonde,
dispersa,
uma cor de papoilas.
a cor do mar para que fosse azul e também fosse cinza,
percorresse os vários matizes do verde,
e fosse amarelo, e alaranjado,
anil e roxo, no de repente de um ocaso.
a cor da chuva para que fosse límpido deixando ver para lá dele,
atrás e adiante,
e ainda sobrasse.
a cor das espigas para que fosse de oiro
e nem por isso fosse de riquezas mais do que as suficientes
e fosse na alma que as fizesse.
o rubro das papoilas,
essa cor dos deuses e das mulheres,
para que fosse vida,
intenso,
para que acontecesse.
Maria de Fátima
http://intervalos.blogspot.com/2012/01/cores-do-ano.html
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