Em 1985, Roberto Barbosa parte para Macau ao serviço da
Fundação Gulbenkian. O seu trabalho é fotografar a cidade para ilustrar a
candidatura a Património Mundial da UNESCO. Durante três meses, Roberto Barbosa
percorre exaustivamente as ruas de Macau. Fotografa sem parar o bulício da
cidade. As vielas mais recônditas. Aqui um velho lendo o jornal. Ali uma mulher
nua que se oferece no meio de caracteres indecifráveis. A neblina que esconde
um velho junco. Dragões cerimoniais em jardins teatrais. Crianças tímidas atrás
de portas misteriosas. Pontes que separam margens. Ilhas ignotas perdidas na
monção… Durante esse período, Roberto faz mais de 2000 slides.
Roberto Barbosa morre, subitamente, em 2007. O seu espólio é
vasto e está, na sua maioria, por tratar. Centenas de caixas por classificar. À
medida que avançamos no trabalho, Macau surge em todo o seu esplendor. Uma
visão encantatória de uma cidade que não conheço. De um Oriente misterioso a
que nunca fui. Vou viajando naqueles slides de 1985. Viajo por um Macau que já
não existe. Viajo pelos olhos cinematográficos do Roberto. Macau passa a ser
uma obsessão para mim. Macau é aquilo que vejo? Haverá outro Macau? Preciso
descobrir. Descobrir os passos que Roberto percorreu.
Este é o livro. Fotografias impressionistas de um Macau
desconhecido. Um diálogo onírico de símbolos. Uma História desvendada. Uma
peregrinação imaginária.
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3 commentaires:
Encantado com as fotos. Fiquei com vontade de comprar o livro.
Boa noite Pedro, este catálogo foi da exposição em Bruxelas e não esta a venda, mas o Jorge Pinheiro esta a trabalhar para as fotos serem cá expostas. Aguardamos!
Que paciência tiveste, Claire. Obrigado pela divulgação. é isso, vamos ver se consigo a exposição cá.
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